segunda-feira, junho 01, 2015

Os acessórios para a construção do eu na dança

Olá, seres dançantes! Antes de iniciar o texto, queria lembrar que não existe verdade absoluta sobre nada, o que motiva a nunca parar de pesquisar e a sempre sermos humildes em relação ao conhecimento do outro (eu saber algo é diferente de eu achar que sei algo, tal como querer dar opinião naquilo que não domino).

Sem mais delongas, vamos ao que interessa!

Há muito que a linguagem indumentária ornamental e gráfica como base na construção das identidades étnicas é estudada pela Antropologia. Basicamente podemos dizer que para que o outro identifique quem somos antes de ter contato conosco, precisamos dar algumas pistas visuais para ele: Pintura facial, corte de cabelo, tatuagem, estilo de vestimenta, adornos, dentre outras coisas. Cada detalhe desses, por mais subjetivo que seja - na maioria dos casos é inconsciente, principalmente se tratando de coisas que incorporamos ao nosso visual sem questionar, ou seja, coisas que naturalizamos - sempre diz algo sobre quem o porta. Nossos corpos, enquanto suportes físicos para expressões e auto-representações, reproduzem as características da história pessoal e do contexto em que estamos inseridos. Em alguns grupos, é muito clara esta relação de comunicação entre os aspectos ornamentais e gráficos da construção da imagem pessoal com os aspectos ritualísticos, cosmológicos, religiosos, econômicos e patrimoniais do universo em que eles estão inseridos.


E o que isso tem a ver com a dança?
(vou trabalhar aqui de forma bastaaante generalizada, ok?)

Dentro da sociedade ocidental moderna, puberdade é a fase que marca o translado de sujeito para pessoa (indivíduo provido de status social). Passamos de seres dependentes emocionalmente da figura dos pais ou responsáveis para pessoas que gritam por um espaço seu no mundo. Por isso geralmente essa fase esta atrelada a uma explosão na cabeça das crianças (e olhem bem, não estou nem falando da questão hormonal). Um dia estamos brincando de pular corda e no outro estamos questionando a utilidade daquilo que o professor ensina na sala de aula. Mas um outro detalhe marca essa fase: Começamos a copiar o que os outros vestem de forma a sermos aceitos naquele meio. Ora, não estou falando do menino que quer o relógio do Ben 10 porque todos os coleguinhas o tem, e sim do começo da construção do eu, da escolha do tipo de acessório, corte de cabelo e cor de roupa para ser visto como integrante de determinado grupo suburbano ou outro.

Quer exemplo mais didático que As Patricinhas de Beverly Hills? haha

Agora que é entra o uso dos acessórios na Fusão Tribal. Conheço vários casos de pessoas que se "fantasiam" de Fusão Tribal sem, de fato, dançar Fusão Tribal (não estou julgando ninguém, ok? estou apenas usando como objeto de estudo para desenvolver a ideia do texto). Evidente que a imagem impacta e apaixona à primeira vista. Mas o que faz algumas pessoas se preocuparem mais em adquirir acessórios e fazer tatuagens do que dominar o básico da técnica ou gastar este dinheiro em workshops? Há uma clara influência capitalista acumulativa por trás disso, mas vamos deixar este ponto para um outro texto. Num meio onde se encontram várias bailarinas de Fusão Tribal, a melhor forma de falar que tu também está inserida neste meio, quando não estás dançando, é dando pistas visuais (lembra que falei disso há três parágrafos?). Há ainda a euforia de conhecer este novo mundo e querer pertencer a ele, por isso, mais uma vez a importância que algumas pessoas podem dar para o uso dos ornamentos (lembram da puberdade, ali no parágrafo de cima?).

Por fim, queria destacar o impacto do uso dessa indumentária ornamental e gráfica para o público leigo. Não podemos negar que durante os festivais de dança os figurinos ganham um destaque a parte, seja com comentários de bailarinas na platéia, inúmeros estandes de venda em algum hall de festival, critério específico de avaliação por parte dos jurados e brilho nos olhos do público que pouco conhece as técnicas da dança. Isso leva a julgamentos tendenciosos daqueles que estão assistindo para com aqueles que se apresentam. Quantas vezes já ouvimos comentários de que uma coreografia era fantástica quando, na verdade, estavam se referindo ao figurino? Ou mesmo que determinada coreografia era sem graça quando, na verdade, não curtiram o figurino? Daí a necessidade da pessoa de mostrar que pertence a uma categoria de dança.


Deixo aqui a minha opinião pessoal de que o critério de análise de muitos concursos de dança de criar uma categoria "Melhor Figurino" ou mesmo dentro da listagem de análises individuais sempre aparecer a maldita categoria "Figurino", não só é algo extremamente limitador, como também corrobora com a supervalorização dos figurinos, fazendo com que as bailarinas gastem verdadeiras fortunas (ou percam valiosas horas costurando e bordando) apenas para receber um "ok" dos jurados e do público. Mais que isso, faço um apelo sobre a necessidade de não pertencer a Fusão Tribal, ou Folclore Árabe, Dança do Ventre Moderna, Clássica, Vintage, ATS, dentre outras categorias quaisquer. Lembram da discussão sobre a dança democrática, que aceita todos os corpos? A dança também aceita todos os estilos. Não se adequem visualmente a ela, façam ela se adequar a vocês!

by Letícia Maciel

domingo, maio 31, 2015

CARA DE PAISAGEM? - Nanda Najla

retirado de Revista Shimmie

Basta pensar em quem foi a grande responsável pela divulgação mundial da dança: o fenômeno americano Rachel Brice. Trata-se de uma das principais referências na área, a bailarina que movia o corpo de forma lenta, sinuosa e hipnótica, ao mesmo tempo em que mantinha o olhar vago no horizonte.
Há alguns anos, quando o Tribal Fusion ainda era apenas uma pequena sementinha aqui no Brasil, Rachel Brice era a grande e quase que única fonte inspiradora quando se tratava do assunto. E naquela época, Rachel se expressava de uma forma peculiar e intrigante, totalmente diferente do que era comum assistir. Enquanto bailarinas de dança do ventre, na maioria das vezes, se expressavam de forma alegre, com um belo sorriso no rosto, Rachel aparecia fazendo a tal “cara de paisagem”, um conceito introspectivo quase que inédito e que causou grande impacto.
Desde então, bailarinas de todo o mundo, encantadas com sua impressionante técnica de controle muscular, passaram a se espelhar na musa e a reproduzir seu estilo de dança e, consequentemente, a sua expressão conforme a entendiam. Devido a essa grande propagação, até hoje este estilo ainda é conhecido por alguns equivocadamente como a “dança onde as bailarinas fazem cara de paisagem”.
A verdade é que, ao contrário do que muitos pensam, o Tribal Fusion tem diversas possibilidades de expressão. É importante saber que, desde o “boom” da Rachel Brice, muita água já rolou. Ela mesma já não dança e se expressa como antes! Seus vídeos atuais já mostram uma figura sorridente, com ares cômicos e teatrais, bem diferente da anterior. Portanto, essa questão não passa de um mito herdado da musa inspiradora, que é alimentado por bailarinas desatualizadas, que ainda enxergam o Tribal Fusion de forma limitada.
O grande diferencial deste estilo é a liberdade de criação e expressão que oferece. Com sede de transformação, diariamente bailarinas de todo o mundo interferem diretamente no estilo, acrescentando em suas performances a sua essência particular e a própria bagagem de conhecimento na dança. Com todas essas influências no decorrer da sua evolução, é possível perceber que o Tribal Fusion tem se mostrado cada vez mais difícil de rotular e sem limites.
A dica é que as bailarinas estudem e se descubram! Cada uma deve encontrar o estilo que mais combina com seu jeito e deixar a expressão vir da alma. O coração deve estar sempre em sintonia com a música. É ela quem deve sussurrar em seus ouvidos as intenções e, desta forma, fazer desabrochar as emoções. No mais, é importante estar sempre atualizada, pois uma bailarina de Tribal Fusion deve estar sempre antenada às novas tendências deste estilo que parece não parar nunca de se desenvolver!
Nanda Najla
Nanda Najla

sábado, maio 30, 2015

DE BAILARINA PARA BAILARINA - Esmeralda Colabone

Retirado do site da Revista Shimmie

Espetáculos, eventos e festivais. Palavras como estas, constantemente ditas e vividas em nosso repertório de vida artística, são mais do que sinônimos de grandeza. São gigantes por si só! E qual o motivo de darmos tanta importância a esses acontecimentos? Pelo seu alcance? Visibilidade? Status? Espírito competitivo? Ou é pelo prazer de ver as alunas ganhando corpo e espaço no palco, alimentando suas carreiras a partir dos primeiros pratos de experiência pública? A importância, acredito eu, é a soma de tudo isso e mais uma coisa: as bailarinas.

O que seria de nós sem as outras bailarinas e o que seria delas sem você? Bailarina não é nada sozinha! Eu acredito piamente que quando pedimos por referência, exemplos (bons e maus), competição, diversão, aprendizado, julgamento e visibilidade, pedimos por bailarinas! Outras! Mais!

Bailarina se alimenta de bailarina, em todos os sentidos! Você precisa de uma para estudar, para competir, para fofocar (com ela ou sobre ela!) e para fazer cada minuto da sua carreira valer a pena! Nós somos alimento e veneno ao mesmo tempo! Somos exatamente iguais e incrivelmente diferentes. Somos uma cadeia alimentar perfeita!

Daí vocês me apontam o dedo e dizem, “Esmeralda, eu danço pela arte, porque me faz bem, porque é a minha vida! Eu não danço para provar nada a ninguém”, e eu acredito! Por um acaso estou dizendo o oposto? Mas discordo da parte do “não danço para provar nada a ninguém”. Você é ninguém?

Bailocas, 99% da nossa espécie dança pelo amor à arte, pelo prazer que aquilo traz no sentido pessoal antes mesmo que o ego profissional possa sentir o doce na ponta da língua! A vida de quem dança é árdua demais para quem não tem amor. Por maior que seja a sua ambição, a sua determinação na carreira e lucro, você precisa de um pouco de amor à arte para seguir em frente. Após a constatação deste amor, vem a conjugação dos verbos no presente do modo indicativo: Eu aprendo – EU quero – EU Posso – EU SEI – EU SOU! Nesta ordem, nesta intensidade. É impossível controlar a ganância do ego, uma vez que você descobre que pode viver num pedestal… Que mulher resiste? NENHUMA!

Nós, mulheres-bailarinas-dançarinas, não resistimos a nada que brilhe e que nos faça brilhar… É o melhor mau do mundo!

Nosso pedestal? Lá no primeiro parágrafo, primeira linha, primeiras três palavras! E só a gente sabe o duro que a gente dá para chegar lá em cima! Trabalhamos tanto, que não temos tempo de ganhar dinheiro. Quem dança sabe o segredo de quem dança, a dor de quem dança, o perrengue que é segurar o xixi, o veneno que corre nos bastidores, o verdadeiro reflexo do espelho, a hipocrisia de ser artista, a falta de remuneração e, acima de tudo, o quanto é difícil dar a cara para bater num palco, em troca de palmas.

A palma é a nossa moeda local, nossa esmola, nosso tesouro. Vamos lutar a vida toda para ensinar ao grande público o real valor da palma. Vale o esforço que for para ouvi-la, concorda? Para fazer desta luta mais suave e para fazer da competição mais justa, façam um esforço, bailocas: aplaudam a próxima!

quinta-feira, abril 17, 2014

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Dia 2 - Diário de uma Tribalesca Solitária na 10ª Copa Brasil & Sulamericano Ginástica Aeróbica e Danças em Porto Alegre

by Morgan Mahira

(Quase dois anos depois, a pessoa consegue continuar escrevendo...mas tá valendo... rsrsrsrsrs...)

Para entender melhor esse post, leia o primeiro: Diário de uma Tribalesca Solitária na 10ª Copa Brasil & Sulamericano Ginástica Aeróbica e Danças em Porto Alegre


Então... Lá vamos nós de novo! Agora para o segundo dia...




Dia 02 (28/09/2012) - Dia do Resultado e dos Workshops

Esse dia foi super light comparado com o anterior... hoje era o dia dos workshops... eu estava tri empolgada, mas ainda estava muito cansada... Muita tensão, óbvio! Fui pra lá bem antes do horário, passei no ginásio pra ver minha pontuação e... UHUUUUUU!!! TERCEIRO LUGAR NA COPA BRASIL ESTILO TRIBAL!!!! \o/ \o/ \o/ No Sulamericano fiquei em QUINTO na modalidade FUSÕES! Levando em consideração o estado em que me encontrava, foi MARAVILHOSO receber ambas classificações! Especialmente quando nem esperava absolutamente nada!



Enquanto o horário do primeiro work não chegava, fiquei curtindo a feirinha MARA que tinha por lá, no Galpão... as gurias muito queridas e divertidas! Tomei café, tentei escrever... Mas como eu estava cansada... Nossa! Então resolvi voltar na feirinha e ficar de papo com as gurias, olhando as coisas e tal... Acabei comprando um DVD de Tribal e me encantei com um colar lindo e enooormeeee, trazido pela Lise Bueno que me enlouqueceu com as informações, junto com a Quel! hahahahaha! As gurias riram do meu estado e do meu dilema: levo? não posso! ai, levo... não posso! aí, negociei, pechinchei (me senti no Marrocos negociando com as "brimas") e LEVEI!!!! eeeee! \o/ E fui bem faceira pro work de Khaleege com a Quel Ribeiro... A aula foi muito gostosa! Valeu a pena mesmo! Pena que meu corpo andava mais duro que tronco de Carvalho... O molejo do Khaleege não fluiu nesse corpitcho de jeito nenhum... Meus Deuses! Mesmo assim, ADOREI a aula da Quel e me diverti pacas! Só bobeei porque não atinei em tirar fotos e tal... pra registrar o momento... Mas enfim... O que importa é que curti! ^-^

Depois, BORA pro work de Leitura em Música Clássica com a Hanife Hadassa (Paula Ferreira)! Também foi MUITO BOM!!! Ela deu dicas preciosíssimas sobre a conscientização da música no corpo, sobre como aproveitar as nuances da música e fazer uma leitura corporal bem explorada e também como explorar perfeitamente o espaço para dançar... Ela é muito didática (bem professorinha de colégio, como ela mesma disse... heheheh) e aproveitei horrores também, pois muita coisa eu sabia intuitivamente, mas não conscientemente... Foi um ótimo aprendizado!

Terminado esse work da Hanife, nos preparamos pra Tribalizar com a Bruna Gomes (é... foi um atrás do outro, cada um com duração de uma hora)... A Bruna também me abarrotou de dicas preciosíssimas a respeito da técnica do Tribal, puxou bastante nos exercícios (quase morri!!!! meu corpo tava pedindo socorro! Já estava exausta por causa de tudo, então, meu condicionamento físico baixou pra 30%... hahahaha! Que horror!) e mostrou detalhes sutis, mas muito importantes pra quem dança esse estilo... Isolamentos, dramatizações, mudanças que fazem toda diferença na nossa dança... Também aproveitei muito! 

A única questão que me indignou foi a seguinte: tinha uma galera naquele campeonato, mas muita gente mesmo das Danças Árabes... E cadê que o povo apareceu pros works? NINGUÉM... JURO! Só eu e a Suellen, uma aluna minha que foi especificamente para fazer os cursos... Ok! Salvo motivos pessoais e sei lá mais o quê... Mas pelos Deuses! Workshops extremamente em conta! Praticamente dados! E com profissionais qualificados! Que isso? Absurdo!!! Fiquei muito de cara com isso mesmo...

Mas azar dessa gente! Eu e a Sue aproveitamos e aprendemos muito nesse dia... E é isso que importa... E voltei pra casa dos meus primos bem faceira com meu colar novo...

Eu dançando, já em 2013, com o colar... ^_^

quarta-feira, outubro 10, 2012

Diário de uma Tribalesca Solitária na 10ª Copa Brasil & Sulamericano Ginástica Aeróbica e Danças em Porto Alegre

Nos próximos dias postarei minha ida à 10ª Copa Brasil & Sulamericano Ginástica Aeróbica e Danças em Porto Alegre e algumas impressões pessoais das quais vou me lembrando...

Tudo aconteceu meio de última hora, a inscrição, a campanha de arrecadação de "pila", o não saber se ia ter o suficiente até os 45 do segundo tempo, se ia de fato conseguir... Enfim... Tantas coisas... Mas tudo fluiu no final das contas... Deu tudo super certo! E aqui estou... Relatando essa experiência de competir novamente, após 12 anos ausente dos eventos competitivos e o mais interessante pra mim: competir como autônoma, euzinha solita, Morgan Mahira e Filhas de Ísis... e com o Estilo Tribal... Superação total pra mim...

Quero agradecer profundamente a todos que colaboraram financeiramente para que eu conseguisse ir e a todos, que independentemente de colaborarem financeiramente, estavam torcendo para que tudo corresse bem, torcendo por mim e vibrando positivamente... Gratidão eterna do fundo da minha alma!

E, se por acaso havia alguém que quisesse me impedir de ir (acredito e espero que não), só lamento pelo gasto desnecessário de energia... Apesar de tudo EU FUI!!! E VOLTEI! E está tudo bem! Gratidão por me fazer mais forte! ^_^




DIA 1 (27/09/2012)... E chego em Porto Alegre...




Então... Abaixo de tempestade (literalmente em alguns momentos...), consegui arrecadar "pila" o suficiente para poder viajar... Logo que comecei a Campanha "Colabore com a Artista", uma série de acontecimentos me desviaram totalmente o foco... E não era bobagem não! Problemas de saúde com uma das minhas gatinhas desde o início do mês, com operação inevitável e de urgência na segunda-feira da semana em que precisava ir, minha vó que partiu nesse meio tempo... tudo parecendo querer me impedir de viajar... Enfim... muita carga emocional pra um mês só... Viajei com essa carga toda, pois não tive tempo de processar tudo e muito menos de me preparar adequadamente para a competição em si... Mesmo assim, só o fato de ter ido já me deu uma sensação de "missão cumprida".

Homenagem Póstuma à querida vó Lúcia que o vento levou...

Minha gatinha 'lokinha' que ficou dodói, mas agora tá ótima!


Hoje foi um dia extremamente cansativo... Depois de dormir da 1:30 da manhã e acordar às 4:30, peguei o ônibus das 6h... Fui da rodoviária direto pro Clube... Ainda no ônibus, vi minha bellyamiga Janahina Borges, mas não consegui alcançá-la pra gente dividir um táxi... Então, já no carro, coloquei em prática uma coisa que aprendi com minha avó materna, a Dona Glória (outra que deixou nosso mundo este ano...): "sempre que vieres a Porto Alegre, mesmo que não saibas para onde vais, finge que sabe..." Bom, pra quem não sabe o motivo disso eu conto: os taxistas de Poa (=Porto Alegre) têm a fama de serem espertinhos... Quando eles veem um "forasteiro" e percebem o desconhecimento deste em relação à cidade, fazem uma volta gigantesca só pra ganharem uns "pilas" a mais... e a gente acaba "se afundando" no dobro ou triplo do valor... Então, fica a dica: muito cuidado ao pegarem táxi em Poa! ;-) E para os "perdidos-espertos" um grande auxiliar é o Google Maps! Ele dá dicas preciosíssimas sobre o trajeto a ser tomado. ANOTEM! Foi o que fiz... Pelo menos tinha ideia pra onde ir! E ele ainda tentou me pegar perguntando se eu achava melhor ir por fora ou por dentro - ou por baixo, não lembro agora -  (tava tudo meio engarrafado). E acho que fui convincente porque respondi: "Bah! Nem sei te dizer por onde seria menos pior... Essa hora é complicado..." ou algo do gênero... E fui! Na maior cara de pau! Olhando todas as ruas por onde passávamos e ainda fazendo alguns comentários que davam a entender que eu ia seguido a Poa... rsrsrsrsrsrs... Assim que pôde, pegou a Av. Guaíba, que margeia o rio (para quem não é gaúcho, nossa capital  tem um lindo rio chamado Guaíba) e seguiu por ela até chegarmos ao Clube do Professor Gaúcho. É beeem longe, mas fui curtindo a paisagem linda de uma manhã Portoalegrense... a patetinha aqui tbm descobriu porque o estádio do Inter tem o nome de Beira Rio... dããããããã... >.<  kkkkkkkkkkkkkkkk!

E cheguei no Clube do Professor Gaúcho, no Bairro Ipanema (muito lindo por sinal)... tudo de bom! A estrutura é gigantesca com muita área verde, aberta, arborizada... vários espaços fechados tbm, com várias salas e ambientes... muuuuito bom! se eu morasse lá e tivesse grana sobrando, com certeza seria sócia! ;-) enfim... perdidassa, lá fui eu pedir informações pra onde teria que ir... Chegando no ginásio, passei 20s de música pra conferir se o CD tocaria e pra fazer um reconhecimento de palco (eu achei bom, pois tiraria minha sensação de insegurança). Enquanto esperava, fiquei de papo com uma guria de Farroupilha, a Carla... Muito querida ela e a aluna dela, a Larissa. Depois de fazermos a passagem, guardei minhas coisas no carro dela e fomos até o rio tomar um chimas e curtir a paisagem (era só atravessar a rua!)... Foi bem bom! Mesmo com o tempo doido que se mostrava pra gente...

Olha a Larissa aí! ;-)

"Ilhota" de árvore...

Esses bambus ficaram lindos assim...

Ó a Larissa aí de novo! 

Beira-Rio

Linda mata ao lado do Clube

É sempre lindo ver o Guaíba...
Quando voltamos, fomos ao Galpão (muito aconchegante, por sinal) e lá encontrei Paulo Marcelino, Môny Santos e o pessoal parceria de sempre... Apresentei as gurias ao povo e entramos na confusão das credenciais e camisetas... Ninguém sabia o que dar-o-que-pra-quem, mas no final tudo se resolveu... 

O almoço tava bem bom! Era precinho especial para os atletas... Na fila, uma argentina super simpática (posteriormente descobri que o nome dela é Daniela) ficou de papo e conversamos dentro do possível... Adorei a guria de cara! Super espontânea e gosto muito disso! 

À tarde, função o tempo todo... Competição e competição... De Danças Árabes a jazz... de baby a cadete... e de vez em quando tinha que sair, dar uma voltinha, tomar um café, porque parecia que minha cabeça ia explodir! E entre tudo isso, nos arrumávamos, nos maquiávamos e por aí vai... A Larissa é super expert em trança embutida e fez uma no meu cabelo pra combinar com o casquete... Ficou muuuito linda!!! Tuudo a ver com a proposta do figurino! Brigadão, sua linda! Olhem só!


Ao longo do dia fui trabalhando internamente pra amenizar a carga emocional que levei... "Gatórios" do maridão me dizendo que a Snow estava progredindo me ajudaram muito... além disso teve a própria função do dia... respirando música, dança, os papos com o pessoal... E a noite chegou... E todas dançaram... E chegou a minha vez... Concorrendo comigo tinham duas poderosas no Tribal, com uma baita experiência, a Mari Mallet e a Bruna Gomes... A Bruna não cheguei a ver, pois dançou mais cedo (deve ter sido alguma hora que não estava lá).... quem dançou no lugar da Bruna foi a Letícia, aluna dela... um arraso!!! AMEI! E a coreografia da Mari era muito legal tbm! Todas bem diferentes umas das outras... Enfim... pouco antes de subir no palco, pedi aos Deuses tranquilidade e inspiração para dar o meu melhor lá em cima... E foi o que aconteceu... Fiz o que pude, dentro do que pude! Como começava de costas para o público, suspirei, entrei na energia da música e fui! Vaga lembrança... Acho que a mente ficou meio fora do corpo... Não lembro de quase nada, a não ser o que já tinha marcado pra fazer... e ainda assim, tudo meio vago... sabe quando a gente está sonhando e acorda só com uma vaga lembrança e uma sensação meio distante daquilo? Pois é... Exatamente essa sensação... Como se eu estivesse adormecida, sonhando... E depois de acordar só ficou a lembrança vaga do que sonhei... Acho que a carga emocional somada ao extremo cansaço favoreceram essa sensação... rsrsrsrsr... muito esquisito... mas me senti bem, me senti tranquila... Se ganhar alguma coisa, ganhei, se não ganhar tbm já está bom! ^_^ 

Enfim... Passadas as devidas apresentações, aproveitei a carona da Igah Hamaad, uma linda que finalmente conheci pessoalmente e fui pra casa dos meus primos, que tão queridos me receberam... Como é a vida, em sua ironia constante... foi em um momento triste que nos reencontramos depois de muitos anos e conversamos sobre minha ida a Porto... Acabei, ironicamente, resolvendo o maior e talvez quase único problema que me impediria de ir: ter onde ficar... e lá fiquei... conversamos um baita tempo ainda, depois que cheguei... minha priminha de dois anos estava com uma virose, tadinha, dando um baile neles... mas fora isso, tudo bem... O resultado iria sair no mesmo dia, mas quem disse que vi alguma coisa? hahahaha! Depois de quase 24h acordada, tomei um banho beeeem gostoso e apaguei no mesmo instante que fechei os olhos... O outro dia seria mais tranquilo...



sexta-feira, maio 25, 2012