domingo, maio 31, 2015

CARA DE PAISAGEM? - Nanda Najla

retirado de Revista Shimmie

Basta pensar em quem foi a grande responsável pela divulgação mundial da dança: o fenômeno americano Rachel Brice. Trata-se de uma das principais referências na área, a bailarina que movia o corpo de forma lenta, sinuosa e hipnótica, ao mesmo tempo em que mantinha o olhar vago no horizonte.
Há alguns anos, quando o Tribal Fusion ainda era apenas uma pequena sementinha aqui no Brasil, Rachel Brice era a grande e quase que única fonte inspiradora quando se tratava do assunto. E naquela época, Rachel se expressava de uma forma peculiar e intrigante, totalmente diferente do que era comum assistir. Enquanto bailarinas de dança do ventre, na maioria das vezes, se expressavam de forma alegre, com um belo sorriso no rosto, Rachel aparecia fazendo a tal “cara de paisagem”, um conceito introspectivo quase que inédito e que causou grande impacto.
Desde então, bailarinas de todo o mundo, encantadas com sua impressionante técnica de controle muscular, passaram a se espelhar na musa e a reproduzir seu estilo de dança e, consequentemente, a sua expressão conforme a entendiam. Devido a essa grande propagação, até hoje este estilo ainda é conhecido por alguns equivocadamente como a “dança onde as bailarinas fazem cara de paisagem”.
A verdade é que, ao contrário do que muitos pensam, o Tribal Fusion tem diversas possibilidades de expressão. É importante saber que, desde o “boom” da Rachel Brice, muita água já rolou. Ela mesma já não dança e se expressa como antes! Seus vídeos atuais já mostram uma figura sorridente, com ares cômicos e teatrais, bem diferente da anterior. Portanto, essa questão não passa de um mito herdado da musa inspiradora, que é alimentado por bailarinas desatualizadas, que ainda enxergam o Tribal Fusion de forma limitada.
O grande diferencial deste estilo é a liberdade de criação e expressão que oferece. Com sede de transformação, diariamente bailarinas de todo o mundo interferem diretamente no estilo, acrescentando em suas performances a sua essência particular e a própria bagagem de conhecimento na dança. Com todas essas influências no decorrer da sua evolução, é possível perceber que o Tribal Fusion tem se mostrado cada vez mais difícil de rotular e sem limites.
A dica é que as bailarinas estudem e se descubram! Cada uma deve encontrar o estilo que mais combina com seu jeito e deixar a expressão vir da alma. O coração deve estar sempre em sintonia com a música. É ela quem deve sussurrar em seus ouvidos as intenções e, desta forma, fazer desabrochar as emoções. No mais, é importante estar sempre atualizada, pois uma bailarina de Tribal Fusion deve estar sempre antenada às novas tendências deste estilo que parece não parar nunca de se desenvolver!
Nanda Najla
Nanda Najla

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